O
povo Iny, ou simplesmente Iny Mahãdu, é mundialmente reconhecido como Karajá, nome
que há muito tempo foi usado por outros índios para se referirem aos Iny e acabou sendo mais divulgado. Os
Karajá, Javaé (Ixãju mahãdu) e Xambioá
(Ixã biòwa) formam a “nação” Iny, e,
apesar de algumas pequenas diferenças, compartilham da mesma matriz cultural e linguistica.
Acervo PRODOCLIN|Karajá: momento do ritual de iniciação dos meninos |
Segundo
censo da FUNASA de 2010, a população atual é de aproximadamente 3200 pessoas
distribuídas em cerca de 20 aldeias. Praticamente todos os Iny falam a língua Karajá que
é, geralmente, a primeira língua adquirida pelas crianças em quase todas as comunidades da etnia. O Karajá e suas variantes dialetais, ou Inyrybè (fala dos Iny), foram
classificados como pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê, família Karajá.
No
Inyrybè, existem algumas palavras que apresentam diferenças fonéticas entre a
fala do homem e a da mulher. Essa diferença faz parte da cultura sendo
obrigatório o uso da fala feminina pela mulher e da masculina pelo homem. Só
quando vão reportar a fala de outra pessoa que utilizam o modo de falar do
outro gênero. As vezes, também falam com os filhos conforme a fala de cada sexo
para que as crianças possam aprender direitinho e não se confundir. Há diferentes processos
fonológicos que marcam a diferença entre as falas do homem e da mulher que
foram observados pela linguista Mônica Borges (1997) e podem ser averiguados em
sua dissertação. O processo mais recorrente é a inserção do fonema /k/ em algumas palavras na fala
feminina, como podemos observar nos exemplos abaixo:
Fala do Homem
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Fala da Mulher
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Português
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iura
Iura by Doclin Iny
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ikura
Ikura by Doclin Iny
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branco
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anahakỹ
Anahaka by Doclin Iny
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knahakỹ
Knahaky by Doclin Iny
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crumatá
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axiò
Axiò by Doclin Iny
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axikò
Axikò by Doclin Iny
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antebraço
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O Inyrybè é uma língua tão bonita e possui tantas propriedades
peculiares que vários pesquisadores vão às aldeias Iny para tentar
compreendê-la melhor. Os
linguistas que inicialmente se propuseram estudar esta língua foram David e Gretchen Fortune nos anos 50.
Desde então, vários pesquisadores da área foram atraídos por suas
particularidades e desenvolvem trabalhos para tentar descrever melhor seus fenômenos linguísticos. Além
dos pesquisadores tori (não indígenas), há também os professores e
pesquisadores Iny que desenvolvem estudos e análises pertinentes que, inclusive, são repassados nas escolas das aldeias. Mesmo assim,
ainda são poucos os trabalhos sobre o Karajá. É necessário mais gente disposta a
estudar as linguas indígenas brasileiras, todas carentes de documentação e análise.
Acervo PRODOCLIN|Karajá: Casa tradicional Iny |
É
cada vez maior a conscientização da necessidade de preservação das línguas e culturas
indígenas como forma de manter, resgatar
e salvaguadar a identidade destes povos. Por isso, o Museu do Índio, órgão da
FUNAI, em parceria com a UNESCO e o Banco do Brasil vem desenvolvendo desde
2009 o Projeto de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas Brasileiras (PRODOCLIN) que
contempla cerca de doze etnias de diferentes regiões do Brasil. Os Iny estão
entre os povos inicialmente selecionados e possuem uma equipe que desenvolve
diferentes trabalhos de documentação sobre a lingua e cultura Karajá (PRODOCLIN|Karajá).
Fortaleza, março de 2015
ResponderExcluirCaro Senhor,
Sou professor da Universidade Estadual do Ceará e, no momento, estou produzindo uma obra intitulada 50 BRASIS, de certo modo inédita no País, por tratar-se de uma abordagem interdisciplinar de Literatura, Geografia e História, que deverá ultrapassar, no total, 2.000 páginas e contempla, de per si, cada uma das cinco regiões brasileiras: Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Por tratar-se de uma obra volumosa e realizada com recursos de um professor universitário e alguns simbólicos patrocínios, venho solicitar a V. Sa. autorização para inserir em nosso trabalho a imagem encontrada na URL http://doclin-iny.blogspot.com.br/2013/03/a-lingua-karaja-diferentes-falares.html [Acervo PRODOCLIN|Karajá: momento do ritual de iniciação dos meninos].
Estamos dando, como é justo além de legal, o devido crédito ao autor de cada fotografia (obra de arte), momento em que aproveitamos para agradecer seu gesto de compreensão e colaboração com esta iniciativa cultural.
Caso decida pela gentileza de nos ceder a imagem acima discriminada, por favor envie a original para lowes_editora@yahoo,com.br, registrando, no corpo do respectivo email, sua autorização.
Gratíssimo,
Prof. Francisco Coêlho Sampaio
Olá Francisco,
ExcluirEntrarei em contato com o Museu do Índio para que a gestora do Programa de Documentação possa registrar a autorização.
Obrigada pelo interesse e boa sorte em seu trabalho!
Cristiane Oliveira
Coordenadora do Projeto de Documentação da Língua Karajá
Sou uma índia,mas saí de minha terra Natal muito pequena por isso ñ sei muito da minha cultura e língua!Gostaria de aprender sobre meu povo!Pois sou uma índia com cultura dos brancos civilizados!
ResponderExcluirSou uma índia,mas saí de minha terra Natal muito pequena por isso ñ sei muito da minha cultura e língua!Gostaria de aprender sobre meu povo!Pois sou uma índia com cultura dos brancos civilizados!
ResponderExcluirSou uma índia,mas saí de minha terra Natal muito pequena por isso ñ sei muito da minha cultura e língua!Gostaria de aprender sobre meu povo!Pois sou uma índia com cultura dos brancos civilizados!
ResponderExcluirBom dia. Meu nome é Poliene, sou professora universitário e estou escrevendo um livro sobre arte indígena no cerrado. Tenho interesse em utilizar a imagem acima sobre o ritual masculino Karajá. Como faço para obter a permistão de você, do Acervo PRODOCLIN. FAÇO A CITAÇÃO DE AUTORIA E DOU OS CRÉDITOS ABAIXO DA IMAGEM. MAS PRECISO MUITO DE UM RETORNO URGENTE, POIS DEPENDO DISSO PARA FINALIZAR O LIVRO.
ResponderExcluirPrezados, bom dia!
ResponderExcluirSou professora da UEG, Universidade Estadual de Goiás. Estou organizando um livro sobre ARTES INDÍGENAS NO CERRADO, e o capitulo que estou concluindo para o livro é sobre a pintura corporal e os adornos Iny Karajá e MebengoKrê Kayapó. A foto sobre o ritual de iniciação masculino Karajá que vocês publicaram no site (https://doclin-iny.blogspot.com.br/2013/03/a-lingua-karaja-diferentes-falares.html?showComment=1506762766491#c3861763881475912683) me interessa muito, e seria muito importante como forma de divulgação das artes Iny Karajá.
O livro será publicado com incentivos da própria Universidade, que pagará pela editoração e impressão do mesmo, mas não custeará os gastos com aquisição de imagens. Por isso, preciso tanto desta concessão, já que qualquer custo neste sentido eu que teria que arcar com ele.
Gostaria de pedir licença para a utilização da foto no meu capítulo, faço toda citação de autoria e concessão dos créditos abaixo da imagem, conforme exigência legal. Me comprometo também a fazer doações de alguns exemplares do livro para o Projeto de documentação de línguas indígenas. Mas preciso de um retorno o mais rápido possível, pois preciso entregar o livro na editora neste mês de outubro.
Aguardo ansiosa por um retorno,
Att.,
Profa. Poliene Soares dos Santos Bicalho
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado - TECCER.
Universidade Estadual de Goiás-UEG