Pelas mãos habilidosas de nossas mulheres
ceramistas, a vida do povo Iny vem
sendo retratada em argila, cada vez mais com maior maestria e arte. São figuras
do nosso mundo Iny, como os Aruanãs,
os jyrè, meninos em iniciação, as ijadokomã, meninas-moças, e os lutadores
da luta tradicional ijesu. São também
personagens de mitos e narrativas tradicionais, como Koboi, o barrigudo, ancestral dos Iny que habitava no fundo das águas e não veio para o mundo da superfície,
ou Deridu sè, mãe do chefe Deridu, que criou uma onça como filho,
ou a mulher que namorou o jacaré. Cenas do nosso cotidiano também são
retratadas nas peças cerâmicas, tais como homens voltando da caça em suas
canoas, a marcação dos círculos faciais komaryra,
cenas de funerais, entre outros temas. As
ceramistas Iny apresentam seus trabalhos,
verdadeiros retratos tridimensionais cerâmicos que contam muitas histórias e
revelam o nosso apreço pelas tradições da vida Iny.
A distinção entre as representações de uma figura
feminina e uma figura masculina nos ritxoko
é definida por padrões gráficos de pintura corporal e adereços
específicos. Contudo, o traço formal mais
recorrente e que melhor define o gênero das ritxoko
é a presença de uma “protuberância abdominal”, ou seja, uma “barriguinha”, nas
figuras femininas. Por oposição, a ausência dessa barriguinha indica um ritxoko do gênero masculino.
Ritxoko: Iny fotoreny
Hawyy debò-ribi relemyre suritxoo iribita itxerenymy reamyhyre. Iribita riwynymyhyrenyre inywysemy: ijesudu, jyrè, ijadoma, weryrybò, ijasò, oboi, deridu, hawò inymyna, hawyy orera wyna, hawyy omarury riwynymyhyre, inyrurumyhyre iribi sõemy aona aona riwynymyhyrenyre. Iny ryty widãdureny widi taõmy sydana reny rytiòsinyrenykre, ritxoo inywysemy riwinymyrenyre iny ijyyreny.
Ritxoko: ceramic portraits of Iny life
Through the skillful hands of our ceramist women the life of the Iny people is portrayed in clay, with ever increasing mastery and art. They are common figures of our world, such as the Aruanãs, the jyrè boys in initiation, the ijakodomã, young women, or the fighters of the traditional fight ijesu. They are also characters and representations of our myths and stories, like the Kàboi, the ancestral potbelly of the Iny that lived in the depths of the waters and couldn't come up to the surface world; or Deridu sè, mother of Deridu, who raised a jaguar cub as her own son; or the woman who had a love affair with a crocodile. Scenes of our daily life, such as men returning from the hunt in their canoes, the marking of the facial tattoo komaryra, funeral scenes, among many others, are also portrayed. The Iny artisans present their work in the form of three-dimensional ceramic portraits that tell many stories and demonstrate our esteem for the traditions of Iny life.
The distinction between the representations of a female figure and a male figure in the ritxoko is defined by graphic patterns in body paint, and by specific adornments. However, the most recurring attribute and the one that best defines the ritxoko’s gender is the presence of an “abdominal protuberance”, that is, a “belly”, in the female figures. By contrast, the absence of the belly indicates a male ritxoko.
Texto de Chang Whan
Tradução para o inglês de Mariana Maia
Tradução para o Karajá de Juanahu Karajá
Edição de vídeo: Felipe Martins
Roteiro e conteúdo: Cristiane Oliveira